
REDUÇÃO DE CUSTOS, QUEM NÃO PRECISA?
Não importa se estamos tratando de uma escola, uma empresa, dos gastos governamentais, da sua casa ou do condomínio, todos precisamos “Reduzir Custos”.
O que não pode acontecer, é reduzir custos, mas ao mesmo tempo, reduzir a qualidade do serviços que se toma ou do produto que se compra, até porque, se você também reduz a qualidade disso ou daquilo, “não houve redução de custos, o que houve foi que você pagou o preço justo por algo de qualidade inferior”.
CONDOMÍNIOS
Em regra geral, quando um condomínio precisa reduzir custos, quais são os itens que vêm primeiro a mente?
- Renegociar contrato com prestadores de serviços.
“Geralmente as empresas em questão são, manutenção de produtos eletrônicos (portões automáticos, antena, interfone, câmeras, cerca eletrificada...) e empresas de elevadores”.
MANUTENÇÃO EM PRODUTOS ELETRÔNICOS
Com relação as empresas que prestam serviços em equipamentos eletrônicos, não há grande sucesso no intento, em função do valor cobrado mensalmente, pois em média, condomínios (com uma torre) pagam taxa de R$ 600,00 (este valor varia muito em função da quantidade de torres, de apartamentos, de portões, de câmeras, etc) e o que há para negociar? Há poucos dias, em reunião com o Conselho de um condomínio, foi dito que uma empresa que cobrava R$ 750,00, reduziu o valor para R$600,00.
Primeiro, não se trata de uma economia significativa. Segundo, forçar uma empresa a reduzir R$ 150,00 sempre causa um mal estar e além de não resolver a questão, deixa a empresa prestadora um pouco digamos “incomodada” e neste caso, o “Risco” de que reduza também a qualidade nos serviços que presta, é grande.
ELEVADORES
Já neste caso, quando se consegue renegociar contrato vencido ou mesmo renegociar valores com contrato em andamento, em 100% dos casos, o valor é significativo.
Vou citar um exemplo real e depois continuamos
- Há três meses atrás, participei de uma renegociação de contrato. Óbvio que não darei nomes aos participantes. O que posso dizer é o seguinte:
- Trata-se de um condomínio na Barra Funda com 4 blocos. O custo mensal para manutenção dos 8 (oito) elevadores, era de R$ 5.455,00. Este contrato era com peças.
“Aqui faço uma observação quanto ao que penso a respeito de contrato com peças, antes, porém, esclareço que: Em nenhum artigo que escrevo, tenho por objetivo Denegrir, Desmerecer, Desqualificar ou Descredenciar quem quer que seja e pelo que quer que seja. Se digo (ou escrevo) isso ou aquilo e o assunto diz respeito a um determinado tipo de empresa que presta serviço ou oferece produto, o faço alertando síndicos e síndicas para que antes de tomarem decisão final, pesquisem, conversem com outros gestores para só depois tomarem uma decisão final. Em qualquer profissão, em qualquer ramo de atividade, há pessoas qualificadas e não qualificadas, há posturas honestas e há outras que nem tanto. Portanto, jamais generalizo seja lá o que for. Como Consultor de Segurança, sinto-me na obrigação e acima disso, sinto o desejo eterno de colaborar ao máximo com meus parceiros alertando-os sobre os “perigos”, apenas isso”.
Contrato com peças - Não gosto e jamais faria (os motivos você só saberá se um dia eu tiver a oportunidade de externa-la pessoalmente, caso contrário...
RENEGOCIAÇÃO
Após a negociação a empresa de manutenção atual, disse que só poderia chegar a R$ 5.000,00.
Sugeri ao condomínio que antes de decidirem, chamassem outras empresas do setor para realizarem vistoria e posteriormente enviarem proposta.
Foram chamadas quatro empresas. Obviamente escolheram uma e a chamaram para conversar. Antes disso, pediram que enviassem um modelo de contrato para que o corpo diretivo e eu pudéssemos avaliá-lo. Na reunião eu também estava presente (a meu pedido, geralmente nestes casos, atuo apenas como observador e só emito minha opinião quando perguntado).
Valor que fora enviado pela empresa R$ 2.500,00.
Antes da reunião acima mencionada, a sindica entrou em contato com empresa atual e disse a eles que se chegassem neste valor, fecharia com eles. Por certo isso não aconteceu.
Então o contrato foi fechado com a nova empresa.
Vamos dissecar este assunto:
- A empresa que perdeu a concorrência, enviou uma carta, onde mencionava que as possibilidades de que a nova empresa não utilizaria peças originais, seriam grandes.
“Pesquisei muito a respeito ao longo do tempo e descobri algumas coisas. Por alguma razão (geralmente financeira) há uma errônea concepção de que tudo que se trate relacionado a elevadores, deva ser caro.
Um exemplo, disso, foi um condomínio em Pinheiros (para o qual realizei um Projeto de Segurança) que em certo dia da vistoria (lembro muito bem deste dia) o assistente do síndico me disse;
- Sr. Roque, dá uma olhada neste orçamento. Tratava-se de um orçamento para a troca de umas lâmpadas no elevador de uma das torres. Não sei exatamente qual o tipo de lâmpada. O orçamento tinha o valor de R$ 1.845,00. O assistente em questão, foi pesquisar e descobriu que o custo das lâmpadas era de R$ 185,00.
Pergunto: O quão original é esta lâmpada para ter um custo de reposição tão alto assim?
Ah, a empresa perdedora está se referindo, por exemplo a quadro de comando, a polia de tração, a cabos de aço, entre outros?
Empresa que “monta elevadores” fabrica cabo de aço? quadro de comando? polia de tração? Of course not (adoro esta frase!). Estas peças são compradas no mercado e estão à disposição de todos. Quando você vê alguma peça com o nome da empresa montadora, na grande maioria das vezes; é porque elas mandam fabricar em grande quantidade e como “brinde”, têm seu nome gravado na peça (não estou me referindo a todas as peças, até porque não as conheço na integralidade).
Os fabricantes de peças, são obrigados a disponibilizá-las no mercado para que toda e qualquer empresa interessada possa adquiri-las e isso vale também para as tecnologias usadas na montagem.
Quando um condomínio pede para a empresa “montadora” um orçamento para a troca de uma polia de tração e os cabos de aço de uma cabine, por exemplo, o orçamento gira em torno de R$ 80.000,00 (valor totalmente hipotético, pois não tenho mais acesso a estas informações. Serve apenas para mostrar em porcentagem as diferenças entre o valor do orçamento de uma montadora e de uma chamada “genérica) e as empresas que alguns chamam de “genéricas” enviam orçamento de R$ 50.000,00 (valor também hipotético).
O que as empresas montadoras alegam como “gritante” diferença de valor é o fato de que o cabo de aço não é o mesmo. Isso não é verdade, pois geralmente quem fornece cabos para todo o Brasil é a CIMAF.
A diferença de valor existe, porque o custo operacional é diferente, é menor. Quanto custa manter toda a estrutura de uma montadora? Quanto custa manter funcionando uma empresa que só presta serviços de manutenção?
IMPORTANTE SABER
Todas as empresas que prestam serviços de manutenção em elevadores, são controladas pelo CONTRU e obviamente registradas na prefeitura através de Lei Municipal. Para que se consiga abrir uma empresa deste ramo, é preciso seguir várias normas, como por exemplos:
- Ter número mínimo de técnicos para determinado número de elevadores para os quais se presta serviços de manutenção,
- Ter auto de licença de funcionamento do município de São Paulo,
- Registro da empresa junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA),
- Comprovação da existência de engenheiro responsável vinculado a empresa.
Além de tudo isso, a empresa deve ter “atendimento 24 horas”. Número de veículos compatível, etc.
Portanto, negociar a redução de custos com empresas de manutenção de elevadores é um bom negócio e em geral, oferece redução média de 50%.
OUTRAS ALTERNATIVAS, SÃO VIÁVEIS?
Sim. Algumas mais, outras menos.
Gastos com água, energia elétrica, telefone, gás comprometem uma média entre 20 e 30% da arrecadação.
A primeira providência sugerida; é verificar em todos os apartamentos (pia, lavanderia, lavatórios nos banheiros, nas descargas e nas áreas comuns), se não há vazamentos. (Já estive em condomínios em que a descarga do sanitário não parava de liberar água e de acordo com o pessoal da limpeza, aquela situação já perdurava por vários dias).
A redução no consumo de energia elétrica, também é uma boa alternativa. Uma postura que ajuda muito é trocar lâmpadas comuns ou fluorescentes por LEDs. Coisa que a maioria dos condomínio já fazem.
Existem posturas que são adotadas por condomínios, com o objetivo também de reduzir custos, mas que na minha opinião, não surtem o efeito desejado. Dois exemplos:
- Mudar marca (qualidade) de materiais de limpeza
“No início deste artigo, mencionei que reduzir qualidade, não reduz necessariamente o custo, ou seja, paga-se o valor equivalente. Se você reduz qualidade dos produtos que usa, acaba tendo que comprar mais, pois a baixa qualidade não permite que você tenha o mesmo resultado de um produto de qualidade e se você compra mais, gasta mais.
- Fazer com que na garagem, por exemplo, as lâmpadas sejam instaladas de forma alternada, assim, dependendo do escopo do local; é possível reduzir a quantidade da lâmpadas pela metade (lâmpada sim, lâmpada não, lâmpada sim...)
“Isso pode ajudar um pouco, porém, quando tratamos de local onde não há boa iluminação natural, garagens costumam ficar escuras. O que normalmente se faz, é instalar lâmpadas de LED.
COMO EQUACIONAR ENTÃO A REDUÇÃO DE CUSTOS DE FORMA CONSIDERÁVEL? Esta é a parte crucial!
Para esclarecimentos
Abaixo, haverá uma comparação entre PORTARIA REMOTA e PORTARIA INTELIGENTE. A intenção não é outra, se não a de informar.
Não tenho absolutamente nada contra a portaria remota nem contra a Portaria Inteligente (que doravante será chamada de portaria autônoma). Como Consultor de Segurança, sinto-me na obrigação de passar informações adiante. Percebo que muitos falam de portaria remota (também chamada de portaria virtual) e poucos de portaria autônoma.
Eventualmente, farei observações sobre a portaria inteligente, que para as pessoas que trabalham com portaria remota, pode ficar a impressão de que estou de certa forma, tentando desqualificar a remota em detrimento a inteligente. Essa não é nem de longe minha intenção, pois se assim o fosse, não seria considerado um profissional imparcial e ético.
Finalmente, lembro que não tenho empresa de instalação nem de uma nem de outra. Já trabalhei com ambas e como tudo na vida, sempre há prós e contras.
As informações acerca de uma e de outra, serão passadas, mas no final, quem decide sobre uma ou outra não sou eu. Os esclarecimentos são necessários porque muitos moradores e gestores não sabem sobre a existência da portaria autônoma e neste caso, a decisão sempre fica por conta apenas de se instalar ou não a portaria remota. Havendo alternativa, há mais escolhas e escolhas, tem consequências boas e ruins.
REDUZINDO CUSTOS EFETIVAMENTE
Se você analisar o balanço do seu condomínio, verá que o que mais compromete a arrecadação, é a folha de pagamentos e seus respectivos impostos e benefícios a funcionários e este comprometimento gira em torno de 50 a 60% (Quando nos referimos a condomínios grandes, esta porcentagem cai, mesmo que o quadro de colaboradores aumente e quando nos referimos a condomínios menores, com uma torre por exemplo e que tenham portaria 24 horas, o comprometimento pode ser maior, mesmo para condomínios que não tenham inadimplência, o que é muito raro)
O que foi visto até aqui em termos de atitudes que podem reduzir custo, já ajuda, mas as que de fato podem “mudar completamente o panorama” são:
1 – Migrar para portaria terceirizada (sem bem que hoje, já não traz a mesma redução e custo que há algum tempo atrás),
2 – Automatizar os serviços de portaria com portaria remota ou portaria autônoma
Migrar para o sistema de “Portaria Terceirizada”
Como dizia minha Mãe, Dona Maria: Cada escolha uma renúncia.
Já meu Pai Arnaldo, usava outra: Escolhas têm consequências. Ambos estavam completamente certos.
Ouvi ambas as frases em uma época da minha vida em que precisava tomar uma decisão importante e no final, deu tudo certo.
Isso nos permite concluir, que em determinadas situações, não há escolha errada, e sim “uma escolha” apenas isso. Já em outras, como “roubar” ou “não roubar”, é possível sim que haja escolha errada. Pelo sim, pelo não, seja lá o que for, quando se faz uma escolha, se ganha
Leia a Parte II